Sexta-feira, 14 de Abril de 2006

Desenfiados

O desenfianço ao trabalho, que os senhores deputados, representantes do povo que os elege, consumaram é bem revelador do estado a que o país, a começar pelas instituições, chegou.

 

Sendo a Assembleia da República, uma instituição da qual se esperaria a maior licitude, transparência, honestidade e exemplo de dignidade e decoro, constatamos que afinal, os seus constituintes, são apenas gentinha que clama: façam o que eu digo, não o que faço.

 

É deveras lamentável que os deputados eleitos ajam como vulgares empregados de mercearia (sem ofensa para estes) que à primeira oportunidade se baldam ao trabalho, não se dispensando de assinar o ponto, e assim garantir o recebimento do salário e respectivas alcavalas.

 

Mais lamentável ainda é que as direcções partidárias saiam a público em defesa dos faltosos. Afinal o que está mal é marcarem-se votações para dias sensíveis. Não há ponta de vergonha, ética ou dignidade. Depois dos exemplos com que o parlamento madeirense nos tem brindado, faltava o parlamento português envergonhar Portugal.

 

Não me surpreende, já que há muito considero que esta gente da política apenas é relevante para si mesmo. Para o país, só não são totalmente irrelevantes porque significam despesas, maus exemplos e são, em muitos casos, o único impedimento ao progresso do país.


publicado por AC às 10:21

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9 comentários:
De Fernando a 14 de Abril de 2006 às 13:05
Convém ressalvar para não meter tudo no mesmo saco como é costume de que os deputados dos Verdes e do BE que assinaram o livro de presenças, não se ausentaram. Contas bem feitas são assim: 48 deputados do PS, 31 do PSD, 3 do CDS e 2 do PCP que apesar de assinarem o livro de presenças, não estavam presente. Apenas o Bloco e os Verdes, tinham os deputados que marcaram presença no início da sessão (a deputada do Bloco que faltou tinha ausência justificada em trabalho no estrangeiro).


De rosario marques a 15 de Abril de 2006 às 23:06
Ai eles tinham o livro de presenças assinado! uauuuuu.... essa não tinha ouvido.... pois...


De Cooldown a 14 de Abril de 2006 às 15:24
Infelizmente, este tipo de situações não acontecem poucas vezes... É como dizes: "Façam o que eu digo, não o que eu faço". Mas o pior é mesmo a hipocrisia com que membros do governo criticam classes de trabalhadores, como por exemplo na área de educação, quando é dito que os professores não querem trabalhar e cumprir as horas que lhes são ditadas e quando lhes tiram dias de férias, e, depois têm este tipo de comportamento que envergonha o nosso país e mancha o nosso orgulho de ser Portugues.


De aminhamatilde a 14 de Abril de 2006 às 17:00
Os votos de uma Feliz Pascoa cheia de coisas doces ...

Bjks da Matilde


De Vítor Ramalho a 14 de Abril de 2006 às 23:27
Triste pátria que têm tais representantes.


De Mac Adriano a 14 de Abril de 2006 às 23:38
Por isso é que precisam de bodes expiatórios. A função pública em geral, os professores em particular. Sempre vai servindo para afastar as atenções de si próprios. Mas o verdadeiro cancro da função pública está ali, na Assembleia da República (e nos próprios órgãos do governo, conselho de ministros e afins). No resto da função pública não é possível assinar o ponto e dar de frosques. Mas para os senhores deputados é. Isto é o que devem fazer constantemente, só que normalmente não damos por nada porque fazem-no à vez. Desta feita, como queriam ir de férias, metade da Assembleia o fez e por ser tanta gente ao mesmo tempo é que deu barraca. Eu já tinha achado estranho que, no meio de tanta austeridade por parte do governo, este tivesse concedido tolerância de ponto para quinta-feira. Agora percebe-se porquê: os seus ministros e deputados precisavam da tolerância de ponto para a função pública. Mas como têm que ser sempre melhores que os outros, não lhes bastou a quinta-feira e deram o golpe na quarta. Só uma bomba que os limpasse a todos...


De aaaa a 15 de Abril de 2006 às 17:56
aaa


De Dae-su Oh a 16 de Abril de 2006 às 12:42
O presidente do PSD, Marques Mendes, está entre os deputados mais faltosos nos primeiros oito meses da corrente sessão plenária da Assembleia da República. Segundo os serviços da Assembleia da República, nas 61 sessões plenárias realizadas entre 10 de Março e 30 de Novembro de 2005, Mendes conta já com 20 faltas justificadas.
Só isto diz tudo, é bom ser político por cá.


De Castor a 16 de Abril de 2006 às 21:25
Desculpem lá, mas eu estou com eles... então, coitadinhos, os gajos precisam de estar com a "famila", estão sozinho(a)s a semana toda num hotel de 5 estrelas, sem os beijinhos dos entes queridos e os folares que tanto jeito dão... e as côngruas? Sim, as côngruas? Quem as paga? Rôda-se! "Vocezes" só sabeis dizer mal dos acólitos... assim não dá rendimento, ehe,ehe,ehe... UGA!


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