Quarta-feira, 19 de Outubro de 2005
Veio hoje o ministro das finanças dizer que o pagode se reforma cedo e isso faz mal à saúde. Só pode estar a falar da classe política! esses sim, reformam-se cedo, com pensões chorudas e poucos ou nenhuns anos de trabalho.
Queira saber o Sr. Ministro, que eu, com 55 anos de idade tenho mais de 40 anos de contribuições para a segurança social. É que nesses tempos não se andava 25 anos na escola. Começava-se a descontar aos 13 anos e a trabalhar ainda mais cedo. Seguramente que muitos portugueses estarão na mesma situação. E o Sr. Ministro, qual é a sua carreira contributiva? Será como a do seu antecessor que com 6 anos de trabalho no banco de Portugal se reformou daquela instituição com a choruda pensão que todos conhecemos. Ou como e, apenas a título de exemplo, algum destes seus ilustres colegas da política?
Almeida Santos: 4.400
Medeiros Ferreira 2.800
Manuela Aguiar 2.800
Pedro Roseta 2.800
Helena Roseta 2.800
Narana Coissoró 2.800
Vieira de Castro 2.800
Leonor Beleza 2.200
Isabel Castro 2.200
Bagão Félix 1.800
Álvaro Barreto 3.500
Não lhe parece Sr. Ministro que quem descontou 40 anos, para um sistema obrigatório bem merece a reforma contratada? É que isto é simples Sr. Ministro. As regras não podem ser alteradas quando o jogo está a acabar. Não é no fim da carreira contributiva que se altera a idade de reforma ou, o método de cálculo das pensões. Tivessem os sucessivos governos desobrigado a contribuição para a Segurança social e eu certamente teria acautelado a minha reforma.
Claro que este discurso faz apenas parte do folclore com que os governos vêm entretendo o povo. Com os cada vez menos empregos existentes, acha o Sr. Ministro que as empresas vão aguentar empregados velhos, cansados, desmotivados, obviamente incapazes de lidarem com novas tecnologias e ainda por cima caros, quando os empregadores têm à mão gente nova, licenciada e barata?
O que os governos pretendem é não pagarem as pensões comprometidas porque devido à sua má gestão e incompetência, desbarataram os fundos de pensões.
Já todos sabemos que o estado não é pessoa de bem, porque os governos não são formados de gente competente e honrada. Logo, estamos perante um banal caso de polícia.